quarta-feira, 4 de julho de 2012

ALFORRIA

Vive sem fugir, ou fingir outras coisas, é feliz/triste simultaneamente... Cansada não suportando o peso de correntes que prendem- na, nas ausência das alegrias... Nas coisas que tinha vivido antes e agora... Tenta soltar-se do que foi gostoso, bom (difícil)... Agora não podendo mais se auto prender, querendo superar-se, e mais do que precisar, e desejar com todas as forças, esta mesma força que parecia nem ter, saber ou sentir... Agora, ouvia outros amores e sua própria voz, ainda que baixa, fazia barulho em teu peito... Agora em momento de se libertar, e nesse tempo sem medida, sem estar atrasado ou adiantado, iniciaria e terminaria tudo. Em tempos opostos num momento branco (neutro), molhado pelas águas que passaram, caíram, rolaram, orvalharam... Como gotas em sua face, como lagrimas em flores, como orvalho em nuvens... Nesse dia branco de sons, antes esquecidos, já não escondia/prendia as lagrimas, pois são livres materializações de sentimentos que a inunda... A cada gota que molha os elos, antes trincados, que quebram/desmancham nos extremos de muito- quase-nada-feliz... Também traz um esbouço quase natural, de um sorriso temperado com a imprecisão de: “ ...e agora?”. Vive sem fugir, ou fingir outras coisas, é feliz/triste simultaneamente... Ontem encontrava-se acorrentada ao que sentiu, vendida a felicidade que se foi... Hoje quase sem divida, quase um produto dum projeto, quase sua! Sorriu! Nessa renovada proposta de ser feliz, como numa doce lembrança, de um lugar parecido com aquele de momentos com-partilhados, por quem se amam (ama), de alegria intensa, em tenro, terno encontro de corpos, em peles que eriçam pelos, poços, poros e nuvens... Era de manhã, na noite anterior chovera forte e por muito tempo, agora no estio, um sopro morno trazido pela luz tímida do sol (e estranhamente igual a ela...), também ajeitava-se num sorrir-clarear em seu rosto... Um sorriso que parecia-lhe pertencer a “outra ou outrora”, na forma que seus lábios tomaram em leve e singelo sorrir... O sorriso a visitara cedo, trazendo a urgência de ser totalmente dela! Um ponto, um inicio de liberdade, e um reconhecimento de um conhecido velho amigo de sempre! Iniciara um tempo branco, em confortável tecido de paz, e renovada força... Amanhecera assim, num tempo novo, buscando não apenas a felicidade, mas algo seu, dela, e como tal nunca mais perdidos... Deixava-se em branco, como se o silencio estivesse em todos os sons, como se as cores, musicas, e outras coisas estivessem prontos para serem pintados, borrados, vividos, gritados com todas as forças dum peito pleno e livre. ( Ricardo.)