quarta-feira, 21 de março de 2012

TANGO

Tango.

Todos e cada um, prontos...

Tudo que a orquestra, em mesmo passo, trás sente e faz no sentir... Então me vejo dançando com você, um tenso, romântico e sensual tango...
Compenetrada em si, na musica, em dorso ereto, passos firme, conduzida por minha fome, por meu anseio em teu corpo... Esse corpo que anda pra traz, me chamando... Que puxo e se entrega, peitos colados com a música envolvendo-nos, que diz-nos em súplica... “vêm, vamos...”
Você séria, totalmente tango, em seus sentidos e vontades, rodopia, entrelaça, enlaça-me em teu quadril, em tuas coxas, no roçar milimétrico de mãos em costas, ombros, meu rosto e teu colo...
Quase não respira, não precisa, não ri, não é hora...
Desliza pés, desenha círculos, ofega em delícias, Dança! Faz amor...
Flerta com instrumentos, passeia nos foles das sanfonas, arrepia-se nas cordas dos violinos, tambores tarcadiam em nossos peitos, dedilhas piano em meus cabelos, ora suave, ora, forte vais ao comando, do maestro, que de olhos fechados, rouba-me, alternando-se em momentos meus...
Muda ouve a cantora, emocionada, cantando um amor platônico.
Tudo, tudo que nos embala, também parece ser conduzido por nossa dança e seguem-nos, deixam-se por nós...
O chão é tocado, delicada rodopia em salto firme, levanta calcanhares, afasta, aproxima, tentando fundir-se, soltar-se, leve e forte, brinda, brinca de amassar, flutuar... Ama!
Olhos sempre se procurando, pernas me abraçando, beijando-me em tuas coxas, e desce roçando, riscando o chão, alongando sua silhueta elegante...
Fleches ritmado, desconstroem seu corpo em pedaços que alimentam vontades...
Pianos tocando por joelhos e quadris, violinos guardados nos voares de seus cabelos, tambores seguem nossos pés...
O ar repleto de musica condensa seu perfume extraindo toda a pimenta que nela há...
Finais num sempre iniciar, instantes ofegantes fazem-na respirar pela, pele, pelos músculos, toques, entrega, abraços...
A alma que dança vive!
No dançar tango.

É preciso dançar
Viver de quando em quando...
rud

Nenhum comentário:

Postar um comentário