Aos cacos
Sorrindo, exausta desliza na cama, sente na
carne dos seios o afago do lençol, os músculos das pernas, ainda tensos,
limitam seus movimentos, os braços e mãos cansados pesados meio te levantam,
meio são levados... Sente uma dorzinha nas costas , e feliz sabe...
Conseguimos...
Na
beirada da cama vai se virando, e no ranger surdo de teus joelhos, senta-se,
respira fundo, e vai soltando o ar, sente-se
deliciosamente dolorida e relaxada...Com sentidos meios adormecidos,
delicia-se em alguns instantes... Então impulsiona o corpo, levanta
vagarosamente e ri por não saber direito, de que lado mesmo desceu da cama? E
pergunta-se...
”Donde
vem este infinito bem estar?”.
Não
abre os olhos, por não precisar, e
constata que não precisa de quase nada... Vai tateando numa parede invisível,
que no escuro, armada da lembrança, motivada pela vontade, continua andando ,
sentindo nas palmas dos pés, o gelado do chão, e ri ao perceber, que tudo que
te rodeia, é/está tão intensamente presente...
No
banheiro, senta e deságua um pouco de mim misturado com muito de você, e nesse
afago quente, deságua num jato forte, eu-mais-você-derretidos, um pouco mais de
nossos sais e cheiros...Deságua-nos,liquefeitos...
(vidro)
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