sábado, 8 de dezembro de 2012

Aos cacos


             Aos cacos
  
 Sorrindo, exausta desliza na cama, sente na carne dos seios o afago do lençol, os músculos das pernas, ainda tensos, limitam seus movimentos, os braços e mãos cansados pesados meio te levantam, meio são levados... Sente uma dorzinha nas costas , e feliz sabe... Conseguimos...
    Na beirada da cama vai se virando, e no ranger surdo de teus joelhos, senta-se, respira fundo, e vai soltando o ar, sente-se  deliciosamente dolorida e relaxada...Com sentidos meios adormecidos, delicia-se em alguns instantes...     Então impulsiona o corpo, levanta vagarosamente e ri por não saber direito, de que lado mesmo desceu da cama? E pergunta-se...
  ”Donde vem este infinito bem estar?”.
  Não abre os olhos,  por não precisar, e constata que não precisa de quase nada... Vai tateando numa parede invisível, que no escuro, armada da lembrança, motivada pela vontade, continua andando , sentindo nas palmas dos pés, o gelado do chão, e ri ao perceber, que tudo que te rodeia, é/está tão intensamente presente...
    No banheiro, senta e deságua um pouco de mim misturado com muito de você, e nesse afago quente, deságua num jato forte, eu-mais-você-derretidos, um pouco mais de nossos sais e cheiros...Deságua-nos,liquefeitos...                           
                                                                                      (vidro)    

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